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Grávida come por dois? A importância do acompanhamento nutrológico na gestação

 

por Dra Fernanda Mossumez

A gestação é um período único e especial na vida de qualquer mulher. É quando o milagre da vida sendo gerada dentro do corpo acontece. São muitas emoções, desde a felicidade, passando pelo medo de dar tudo certo, da preocupação do bebê nascer com saúde, de não haver nenhuma intercorrência no parto, ufa! E principalmente, o que acontecerá com nosso corpo depois de toda avalanche de hormônios que acontece durante o processo.

Todas estas emoções e aspectos acima citados influenciam na ingesta dos alimentos que será feita no dia a dia.

O mito do “desejo de grávida”, a dúvida sobre qual a necessidade de calorias diárias, o temor de não deixar de se alimentar de forma adequada para não comprometer o crescimento e saúde do feto fazem com que muitas mães comam de forma descontrolada e acabem com problemas, não só de autoestima, mas também de saúde.

Afinal, o sobrepeso e a obesidade aumentam o risco de diabetes gestacional, assim como o amadurecimento precoce da placenta, trazendo problemas para o bebê, além de pressão alta que pode provocar eclampsia com graves repercussões, inclusive morte, para gestante e concepto.

Do outro lado, também existe o risco da desnutrição, não apenas como a conhecemos através de baixo peso, mas com pessoas com peso adequado que apresentam carência de nutrientes essenciais à manutenção de uma boa gestação.

Tendo em vista todos estes alarmantes aspectos é fundamental que alguns conceitos sejam estabelecidos.

Toda grávida sofre de inúmeras alterações metabólicas. Na parte digestiva, por exemplo, temos a presença comum de náuseas – vômitos, podendo evoluir para um quadro mais grave do que chamamos de hiperêmese gravídica (em alguns casos pode haver necessidade de hospitalização, com fornecimento de alimento por sonda); aumento da sensação de fome; diminuição da motilidade gástrica e do ácido do estomago; constipação intestinal.

Entretanto, mesmo com tantas mudanças, uma curiosidade: uma gravida não precisa comer por dois!

No primeiro trimestre da gestação, o aporte calórico em média é em torno de 150 cal/ dia, o que corresponde a apenas um iogurte ou uma barrinha de cerais a mais na dieta.

No segundo trimestre, já há necessidade de um maior aporte calórico, que corresponde a 350 cal/ dia e no terceiro, o equivalente a um pedaço médio de lasanha ou uma pamonha, em torno de 550 cal/dia.

Claro que temos que respeitar as individualidades e este cálculo é algo aproximado, apenas para termos uma ideia de quantitativo. Por esta razão, muito cuidado com os excessos, sob o pretexto de estar grávida e aumentar o excesso de consumo de alimentos. Lembre-se que seu maior “desejo” precisa ser se manter saudável.

Por todas estas razões, o acompanhamento por um profissional médico que trabalhe com nutrologia é parte essencial atualmente no acompanhamento da gestante pois ele é habilitado e capaz em realizar uma avaliação do ESTADO NUTRICIONAL NA GESTAÇÃO, através da investigação de doenças pré-existentes, uso de medicações, além de avaliação detalhada e criteriosa do sistema digestivo, incluindo o intestino, e a presença de alergias alimentares.

 

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