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Inovação é desafio para o Brasil, diz presidente da Audi

O Brasil está trilhando cada vez mais um caminho para a evolução no mercado automotivo que trará crescimento para o setor no país e benefícios no futuro ao consumidor brasileiro, de acordo com o presidente da Audi do Brasil, Johannes Roscheck, que nos concedeu entrevista exclusiva sobre as novas apostas da marca e as tendências no cenário local e global. Com seu português impecável e sua simpatia única, o executivo com mais de 20 anos de experiência no segmento, antecipou que a perspectiva é de pensar alternativas que proporcionem um denominador comum entre a conjuntura do mercado, que é muito dinâmico, e a realidade brasileira para trazer possibilidades que atentam às necessidades dos consumidores.

Progressivamente, as metas envolvem novos lançamentos dentro do plano estratégico global que, prevê até 2025, vinte veículos eletrificados, como o Audi e-tron, que chega ao Brasil em 2019. Esta é uma forte tendência que traz aos consumidores muitas vantagens e novos desafios à indústria automotiva, com boas perspectivas no contexto de inovação, puxadas por tecnologias como o da IoT (Internet das Coisas), que tem o Audi Connect – Modelo S4 em destaque.
Apesar de desafios de infraestrutura e legislação no Brasil, o comandante da Audi do Brasil acredita na viabilidade de serviços de mobilidade e de produtos como os veículos elétricos que, de acordo com este engenheiro industrial especializado em produção de motores e automóveis, será inicialmente um nicho de mercado no Brasil. Com sua experiência e sua atuação na marca como CFO na unidade da Audi em Curitiba na década de 1990, Johannes Roscheck mantém grande confiança no mercado brasileiro e tem convicção de trazer novos caminhos para o setor. No mundo, muito do que é possível construir já está sendo desenvolvido em termos de inovação, como os veículos movidos à eletricidade, o carro autônomo e serviços de aluguel mensal, com um pool de automóveis Audi à disposição. E todas essas admiráveis oportunidades da marca poderão estar acessíveis no país, em um futuro próximo, diante de mudanças que já estão previstas inclusive em lei.
Para o executivo que já atuou nas áreas de finanças, comercial e produção deste setor, uma expressiva mudança no cenário nacional proporcionará avanços no mercado brasileiro, tornando-o mais preparado e mais competitivo na indústria. Em destaque temos a aprovação do Rota 2030, que Roscheck acredita que trará benefícios num quadro geral. O programa define regras para a fabricação dos automóveis produzidos e comercializados no Brasil nos próximos 15 anos. As bases de uma política industrial irão a longo prazo estimular a modernização do setor, estabelecer regras para isenção de impostos e exigir investimentos constantes em pesquisa e desenvolvimento de veículos mais eficientes e seguros. Uma condição que o presidente da Audi do Brasil considera mais do que relevante para o cenário brasileiro, mercado e país, ao qual tem muito apreço e sobre o qual fala um pouco mais abaixo. Então, confira a entrevista especial.

Claudio Barreto – Como a Audi vê os veículos autônomos?

Johannes Roscheck – Acreditamos que os autônomos são parte do futuro, mas, para isso, precisamos de infraestrutura e legislação adequada. Alguns países como Alemanha, Estados Unidos e China lideram essas discussões e serão provavelmente os primeiros a receberem essas tecnologias autônomas. O Audi A8, por exemplo, tem as tecnologias mais modernas já desenvolvidas pela marca. Isso inclui motorização híbrida leve e sistemas que tornam o sedã um carro autônomo de nível 3. Este nível permite que o motorista tire a atenção do trânsito e se distraia lendo um livro ou vendo um filme, enquanto o veículo dirige sozinho numa estrada. O sistema do carro conta com 12 sensores ultrassônicos e scanners a laser. Neste momento a marca trabalha com o governo alemão para adaptar a legislação atual para que o sistema possa ser usado no país.

Claudio  – Fale um pouco sobre o e-tron, o primeiro modelo 100% elétrico da Audi. E quais os desafios para alavancar as vendas no Brasil?

Johannes – O Audi e-tron é o primeiro modelo de produção em série totalmente elétrico da marca. A Audi não fez o primeiro elétrico do mundo, mas fizemos o melhor. O SUV é equipado com dois motores elétricos de emissões neutras em emissões de CO2 e realmente silenciosos. O carro é um autêntico Audi, com excelente design, sofisticação e esportividade. O carro possui uma autonomia excepcional de 400km e tem capacidade de recarga de 80% da bateria em apenas 30 minutos.
O mercado de elétricos no Brasil será inicialmente um nicho. Só o futuro vai mostrar se o carro elétrico vai dominar o mercado local. Sempre pensamos em alternativas e estudamos o melhor caminho para o país, mas não podemos afirmar o que exatamente faremos dentro de alguns anos porque o mercado é muito dinâmico.

Claudio – A Audi terá uma linha completa de híbridos e elétricos a partir de 2020. O Brasil estará preparado para atender a demanda? Quais desafios a Audi enfrentará, deixando de produzir motores à combustão?

Johannes – Nos próximos anos, a Audi vai apostar muito em veículos movidos à eletricidade. Como disse anteriormente, até 2025 teremos mais 20 lançamentos globais de veículos eletrificados. O Audi e-tron, que chega ao Brasil em 2019, foi só o início dessa estratégia. Além de modelos elétricos, também vamos ampliar a quantidade de veículos híbridos do tipo plug-in. A Audi investe em diversas tecnologias, como etanol, gás e célula de hidrogênio, além dos elétricos. É possível que, no futuro, diferentes tecnologias convivam simultaneamente, atendendo as demandas específicas de cada região.
Claudio – Quais expectativas da Audi com a aprovação do Rota 2030?

Johannes – Enxergamos de maneira muito positiva o Rota 2030. Na nossa visão, o programa representa um avanço principalmente pelo fato de concentrar a regulamentação do setor e oferecer previsibilidade e segurança jurídica para o nosso planejamento estratégico. A aprovação da Medida Provisória foi o primeiro passo e representa uma importante conquista, mas ainda precisamos aguardar a regulamentação completa para entender a política de uma forma ampla. Esperamos que isso aconteça o quanto antes.

Claudio – Você pode citar três estratégias da Audi para o mercado mundial para os próximos 5 anos?
Johannes – O Grupo Audi está no processo de se redefinir e desempenhar um papel fundamental de transformação à medida que seguimos para uma nova era de mobilidade. A companhia está implementando a sua Estratégia 2025, com foco consistente na digitalização, sustentabilidade e urbanização das áreas de atuação.

 

Entrevista exclusiva para a 47ª edição Terra Magazine

 

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