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Romero Ferro entrevista Luiz Lins e Otto nos últimos episódios da segunda temporada do “Eita, Ferro!”

O cantor e compositor Romero Ferro tem experimentado uma nova faceta com o seu programa “Eita, Ferro!”, que está na segunda temporada. O pernambucano entrevista artistas de várias linguagens, ativistas, jornalistas, conversando sobre temas que estão em evidência no espaço público, mas sempre merecem outros olhares e perspectivas diferentes. No programa que foi lançado na última sexta-feira (26), no canal do YouTube e no IGTV do artista, o tema do bate-papo é arte na periferia. O convidado é o músico Luiz Lins, um dos nomes da produtora PE Squad, que começou no rap, mas faz experimentações em vários estilos musicais, como o jazz e a dance music. O último episódio dessa segunda temporada, que vai ao ar na próxima semana, será com Otto.
“O preconceito contra os ritmos que surgem na periferia se repete ao longo de muitas décadas na história da música. Mas quando a indústria, majoritariamente branca, entende que dá para ganhar muito dinheiro, a coisa muda um pouco de figura”, comenta Romero Ferro, conhecido pelas misturas que faz com ritmos como o brega, a new wave e a música pop . Luiz Lins atesta a importância da democratização dos meios de produção da arte e da representatividade. “É importante ver alguém com quem você se identifica realizando um trabalho independente. É uma parada que envolve ousadia, questões de autoestima”, complementa. A necessidade de experimentação constante e de não se render ao caminho mais cômodo em suas próprias criações foram questões que surgiram na conversa. “A minha poesia incomoda sobretudo a mim mesmo. Eu nunca estou satisfeito, nunca é suficiente”, diz Luiz Lins.
Na semana que vem, Romero Ferro conversa com Otto sobre arte, especialmente música, e política. “Eu gosto quando consigo, com amor, chegar na política, chegar na injustiça. Eu me sinto mais político, longe do panfletário, e tentando explicar o que estamos vivendo no país hoje”, compartilha Otto.
Nesta segunda temporada do Eita, Ferro!, que tem o apoio da lei Aldir Blanc, já participaram a atriz Anne Mota, militante transfeminista, protagonista do filme Alice Júnior (NETFLIX), primeira mulher trans vencedora do prêmio de melhor atriz no Festival de Brasília; Michelle Melo, considerada “rainha do brega pernambucano”; e o músico Ciel, nome que instiga reflexões sobre a importância da representatividade no processo de produção e fomento à arte e cultura no país e discutiu bullyng.
Criado no ano passado, quando a pandemia nos trouxe uma realidade de confinamento nunca imaginada, o “Eita, Ferro!” foi uma válvula de escape para o cantor. Romero Ferro enxergou a possibilidade de se manter em contato com outros artistas e com o seu público, instigando discussões de temas que interessavam ao seu próprio repertório. Na primeira temporada, Romero trouxe à tona debates sobre temas como gordofobia e cultura do cancelamento, com convidados como Bielo Pereira, apresentadora do GNT, criadora de conteúdo; o cantor Johnny Hooker; Tiê, cantora; Drik Barbosa, rapper, cantora e compositora; e o jornalista Zeca Camargo. “Tenho usado minha música e minhas redes para aprender e crescer junto com quem acompanha o meu trabalho. É o mínimo que posso fazer num país como o nosso”, finaliza.

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