DestaqueSaúde

Escetamina traz novas perspectivas no tratamento da depressão grave e da prevenção ao suicídio

O Setembro Amarelo reforça a importância de falar sobre saúde mental e de ampliar o acesso a terapias que possam salvar vidas. Entre as alternativas mais recentes está a escetamina, medicamento com potente efeito antidepressivo e anti-suicida, indicado principalmente para casos de depressão grave ou resistente ao tratamento convencional, incluindo pacientes com ideação suicida.

Segundo a médica Roberta Milet, da clínica Intrador, a escetamina se diferencia pela rapidez de ação. “Enquanto os antidepressivos tradicionais podem levar semanas para atingir efeito pleno, a escetamina costuma trazer melhora em poucas horas ou dias. Isso é fundamental em situações de maior risco, quando a pessoa não pode esperar tanto tempo por resposta”, explica.

O medicamento pode ser administrado de duas formas: por injeção (intravenosa ou subcutânea) ou por via intranasal, nesta última já aprovado pela Anvisa sob o nome comercial Spravato®. A versão injetável é considerada off label, ou seja, fora das indicações oficiais de bula, mas vem sendo utilizada em alguns contextos clínicos devido à resposta terapêutica acelerada.

No Brasil, o Spravato® pode ter cobertura pelos planos de saúde, mediante solicitação médica, mas não está disponível no SUS. Já a aplicação injetável é realizada em clínicas especializadas de forma particular. “Nem sempre a escetamina reduz a ideação suicida logo na primeira aplicação, mas os estudos mostram que boa parte dos pacientes apresenta resposta rápida e significativa, o que representa uma esperança concreta para quem vive com sofrimento intenso”, destaca Roberta Milet.

Apesar dos avanços, especialistas alertam que a escetamina não é um tratamento isolado. Ela deve sempre ser prescrita e acompanhada por um psiquiatra, dentro de um plano terapêutico mais amplo, que inclui psicoterapia e acompanhamento multidisciplinar.

O Setembro Amarelo lembra que falar de saúde mental é essencial, mas também é preciso investir em acesso a terapias eficazes. A escetamina é um exemplo de inovação que pode ajudar a reduzir os números de suicídio e transformar realidades, oferecendo novas chances de vida para pacientes que antes não tinham resposta aos tratamentos disponíveis.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *