Abril Marrom: catarata e glaucoma estão entre as principais causas de cegueira

Mais de 1,2 milhão de brasileiros convivem com a cegueira, uma condição que, em grande parte dos casos, poderia ter sido evitada. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 80% das deficiências visuais são passíveis de prevenção ou tratamento. Isso significa que mais de 950 mil pessoas poderiam ter preservado a visão com o diagnóstico e a intervenção adequada no momento certo.

É nesse contexto que surge o Abril Marrom, campanha que reforça a importância dos cuidados oftalmológicos contínuos e da detecção precoce de doenças oculares. Entre as principais causas de perda visual estão condições como catarata, glaucoma e outras enfermidades silenciosas que, se não tratadas, podem comprometer de forma definitiva a visão.

“Muitas doenças que afetam a visão, como a catarata e o glaucoma, podem ser prevenidas ou controladas para evitar a cegueira quando identificadas de forma precoce. O problema é que, em muitos casos, a ausência de acompanhamento oftalmológico faz com que os pacientes só busquem tratamento quando o quadro já está bastante comprometido”, destaca o oftalmologista Lucas Alves, especialista em cirurgia de catarata e glaucoma.

Catarata 

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que a catarata seja a principal causa de cegueira no mundo. Segundo, a condição leva à perda progressiva da visão, mas com possibilidade de reversão por meio da cirurgia. “Na maioria dos casos, trata-se da catarata senil, que está diretamente ligada ao processo natural de envelhecimento. Com o tempo, o cristalino, lente natural do olho, vai se tornando opaco, comprometendo a visão. No entanto, existem outros tipos, como a catarata congênita, associada a alterações genéticas ou infecções. Também há casos decorrentes de trauma ocular ou do uso excessivo de corticoides. Fatores como tabagismo, diabetes e exposição excessiva à radiação ultravioleta podem acelerar o surgimento da doença”, explica o especialista.

“O tratamento da catarata é exclusivamente cirúrgico. A cirurgia, conhecida como facoemulsificação, é rápida, segura e altamente eficaz. Nela, a lente natural do olho, que se tornou opaca, é substituída por uma lente intraocular artificial. Seja em estágios iniciais ou mais avançados, a catarata pode ser resolvida com esse procedimento”, destaca.

Glaucoma

O glaucoma é uma doença silenciosa, que geralmente só apresenta sintomas em estágios mais avançados. O oftalmologista Lucas Alves alerta para os riscos da condição e a importância do diagnóstico precoce. “O aumento da pressão intraocular, ao longo dos anos, pode causar danos irreversíveis ao nervo óptico, comprometendo o campo visual. Sem o tratamento adequado, o paciente pode evoluir para a perda permanente da visão. Felizmente, contamos hoje com diversos procedimentos cirúrgicos e minimamente invasivos que ajudam a controlar a doença e reduzir a necessidade do uso contínuo de colírios”, destaca o especialista.

Sinais do glaucoma

• Visão turva e embaçada

• Manchas escuras

• Perda da visão periférica

• Olhos vermelhos e lacrimejantes

• Sensibilidade à luz

• Dor nos olhos e dor de cabeça

“É importante lembrar que, na maioria dos casos, o glaucoma é uma doença silenciosa. Mesmo sem apresentar sintomas nos estágios iniciais, ele já está comprometendo o nervo óptico. Os sinais costumam surgir apenas quando a doença está em fase avançada, o que faz com que muitos pacientes só busquem atendimento médico quando já enfrentam sérias dificuldades para enxergar.Vale lembrar que o glaucoma não tem cura, mas ele pode ser controlado com o tratamento adequado para evitar a perda da visão”, explica o oftalmologista Lucas Alves.

Lucas Alves é médico oftalmologista, especialista em glaucoma e cirurgia de catarata. Atende no Hospital de Olhos Oftalmax, Visão Center, Fundação Altino Ventura e no Hospital de Olhos Santa Luzia.