Grupo Magiluth apresente sexta (29) espetáculo “Estudo Nº 1: Morte e Vida”
O renomado grupo eatral pernambucano Magiluth faz espetáculo a R$ 1 no Teatro do Parque pelo Dia do Trabalhador, chama a atenção para a ocupação histórica do espaço pela classe trabalhadora, após bem sucedida passagens por São Paulo, Maringá, três sessões lotadas no Recife e pelo
respeitado Festival de Teatro de Curitiba.
O grupo pernambucano Magiluth celebra a data nesta sexta-feira, dia 20, com apresentação única do projeto “Estudo n° 1: Morte e Vida” a R$ 1 no Teatro do Parque, às 20h. Sempre provocativos, os integrantes querem
movimentar o palco reinaugurado recentemente, um dos mais importantes da cidade, e recordar projetos importantes criados para possibilitar o consumo de cultura pelos transeuntes, por quem trabalha nas redondezas e pessoas com poder aquisitivo mais baixo. “Nós achamos de extrema importância trazer esse debate do valor do ingresso por R$ 1, neste momento em que a classe trabalhadora se encontra muito sufocada pela situação do país. O direito à cultura está na Constituição Federal e nós não podemos deixar que o poder público esqueça disso”, explica o ator Mário Sergio Cabral sobre a iniciativa, custeada pelo próprio grupo, criado há 18 anos.
A pesquisa “Públicos de Cultura”, do Sesc, indica que aproximadamente seis a cada dez brasileiros nunca
assistiram a um espetáculo teatral e metade deles jamais entrou em um teatro. Se, na plateia, o Magiluth pretende promover uma espécie de celebração entre trabalhadores das artes, do comércio e dos serviços, nos palcos, os atores Bruno Parmera, Erivaldo Oliveira, Giordano Castro, Lucas Torres e Mário Sergio Cabral encenam uma reflexão sobre condições precárias de trabalho e subsistência, desigualdade, fome e exploração. Eles mergulham no clássico “Morte e Vida Severina”, de João Cabral de Melo Neto, para extrair a essência, misturar com dilemas contemporâneos e expurgar em forma de arte o sofrimento das vidas severinas já retratadas pelos versos rigorosos do poeta e diplomata pernambucano.
A partir do poema dramático, eles propõem um estudo cênico sobre a trajetória de imigrantes que deixam o sertão nordestino e seguem o caminho do rio, em busca de melhores condições de vida e trabalho. O olhar híbrido e inquieto do coletivo pernambucano se volta, neste espetáculo, para os movimentos migratórios gerados por
adversidades climáticas, políticas e sociais, buscando observá-los tanto em suas analogias quanto na heterogeneidade de seu conjunto. E, por isso, “Estudo Nº 1: Morte e Vida” aponta urgências sobressaltadas nos últimos anos com a direção de Luiz Fernando Marques (parceiro do grupo desde 2012) e o ator e diretor Rodrigo Mercadante, experiente com trabalhos cênicos construídos a partir de textos poéticos e não-dramáticos.
A produção assinada pelo próprio Magiluth e de Amanda Dias Leite conta com trilha sonora que reforça a ideia dos ciclos da peça, com elementos originais e uso de músicas de artistas do punk e do hardcore de Pernambuco. A direção musical é de Rodrigo Mercadante. Além disso, o título (morte e vida) vai estar presente o tempo
todo, com vários começos e vários finais. Isso faz com que a peça tenha uma forma espiralar, parecendo que está sempre começando. “Pensando nesses fluxos migratórios, trazemos a linguagem do teatro. Assim, todos os recursos tão característicos – como as portas de entrada, de saída, a cortina, o terceiro sinal etc – e que têm a ver com a ideia de percurso serão destacados. E esses aspectos dão a ideia de um jogo, uma partida nossa com o público. É a nossa terceira parceria e a gente gosta muito disso – de jogar e jogar junto”, completa o diretor.
SERVIÇO
Espetáculo “Estudo Nº 1: Morte e Vida”, do grupo Magiluth
Quando: Sexta-feira (29 de abril), às 20h
Onde: Teatro do Parque (Rua do Hospício, 81, Boa Vista)
Quanto: R$ 1 (à venda na bilheteria, a partir das 14h do dia 29)
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