Julho Amarelo: a alimentação como aliada na prevenção das hepatites
Com foco na conscientização e prevenção das hepatites virais, o Julho Amarelo reforça a importância do diagnóstico precoce e dos cuidados com a saúde do fígado, órgão vital para o metabolismo, a digestão e a desintoxicação do corpo. Além das vacinas e exames regulares, especialistas apontam que a alimentação tem papel essencial na prevenção e no controle das hepatites, muitas vezes subestimado pela população.
Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil já registrou mais de 700 mil casos de hepatite C e mais de 260 mil casos de hepatite B nos últimos anos. Muitas dessas infecções são assintomáticas, o que aumenta o risco de evolução para quadros mais graves, como cirrose e câncer hepático. Por isso, estratégias preventivas que incluam mudanças de estilo de vida são fundamentais e é aí que a nutrologia entra como aliada.
“O fígado é um verdadeiro laboratório bioquímico do nosso corpo. Tudo o que comemos, bebemos ou tomamos em forma de medicamentos passa por ele. Uma alimentação desequilibrada, rica em produtos ultraprocessados, gorduras ruins e bebidas alcoólicas, pode acelerar a sobrecarga hepática, favorecer inflamações e dificultar a regeneração do órgão”, explica o especialista em nutrologia pela USP, Dr. Vinícius Valença.
Além disso, alguns hábitos alimentares comuns estão diretamente ligados ao aumento de gordura no fígado (esteatose hepática) e à piora do quadro em pessoas já diagnosticadas com hepatites virais. Entre eles estão o consumo excessivo de alimentos ultraprocessados (embutidos, fast-food, industrializados); alto consumo de açúcares refinados e refrigerantes; ingestão frequente de bebidas alcoólicas; e uso indiscriminado de suplementos sem orientação médica. Esses fatores aumentam o estresse oxidativo, favorecem a inflamação do fígado e sobrecarregam suas funções naturais de filtragem e metabolismo.
Por outro lado, uma alimentação balanceada, rica em compostos bioativos e antioxidantes, ajuda a proteger as células hepáticas, melhora o metabolismo de gorduras e favorece a regeneração hepática. Alimentos indicados por nutrólogos incluem: vegetais crucíferos, como brócolis, couve e rúcula, que auxiliam na desintoxicação; alimentos ricos em ômega-3, como peixes (salmão, sardinha) e linhaça; frutas cítricas e ricas em vitamina C, como laranja, limão e acerola; chá verde, cúrcuma e alho, que possuem ação anti-inflamatória; oleaginosas, como castanhas e nozes, fontes de gorduras boas.
“O conceito de ‘dieta detox’ muitas vezes é mal interpretado. Não se trata de sucos milagrosos, mas de construir uma rotina alimentar que dê suporte ao fígado. Isso é especialmente importante para quem já tem fatores de risco como sobrepeso, sedentarismo ou histórico de uso frequente de medicamentos”, reforça o Dr. Vinícius.
Nutrologia na prevenção e no tratamento
Além da prescrição de hábitos alimentares adequados, o nutrólogo atua na avaliação metabólica completa do paciente, identificando deficiências nutricionais, possíveis sobrecargas hepáticas e orientando o uso de suplementos com responsabilidade. Em alguns casos, exames laboratoriais ajudam a indicar o grau de comprometimento hepático e a necessidade de intervenções específicas.
Durante o Julho Amarelo, o especialista destaca ainda a importância de manter os exames em dia e aderir à vacinação contra hepatite B, disponível gratuitamente pelo SUS. “A alimentação é uma ferramenta poderosa de prevenção, mas ela deve caminhar junto com o acompanhamento médico e os cuidados clínicos. Informação, equilíbrio e constância são os verdadeiros pilares da saúde hepática”, finaliza.
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