Mercado de leves acelera em maio, mas o freio segue puxado
Quem passou na frente das concessionárias em maio deve ter percebido um movimento mais animado. E não foi só impressão: segundo o último balanço da Fenabrave, o setor de automóveis e comerciais leves registrou o 9º melhor desempenho para um mês de maio desde 1971. No acumulado do ano, já são mais de 1,93 milhão de veículos emplacados, com os leves puxando a fila.
O empurrão veio principalmente dos carros e motos. Só em maio, o setor cresceu 6,76% em relação a abril. As motocicletas se destacaram com alta de 17,55%, enquanto os carros de passeio subiram 17,05%. Um número bonito, especialmente considerando que maio teve menos dias úteis que o mesmo mês do ano passado.
Mas antes que a turma da venda direta estoure a champanhe, vale ligar o pisca-alerta: o consumidor final — aquele da parcela suada — está tirando o pé do acelerador. As empresas seguem renovando frotas, mas no varejo, os sinais de desgaste já são visíveis. Crédito apertado, IOF nas alturas e a Selic travada em 14,75% desenham um cenário que não favorece quem depende de financiamento.
Aqui em Recife, o reflexo está nas vitrines: entradas mais modestas, prestações que não fecham a conta e o consórcio voltando a aparecer como saída — especialmente entre quem busca motos de baixa cilindrada, comuns nas ladeiras, nos bairros e no corre-corre das entregas.
O que está em alta mesmo são os híbridos. Mais de 68 mil unidades foram emplacadas até maio, quase o dobro do ano anterior. E quem lidera essa corrida é o Haval H6, que conquistou o topo do ranking dos híbridos mais vendidos do Brasil no acumulado de janeiro a maio, com 10.184 unidades registradas só em maio. Em seguida, vieram o BYD Song Pro (10.103), o Fiat Fastback MHEV (9.080) e o Fiat Pulse Abarth Hybrid (6.551). Com versões HEV2, PHEV19, PHEV34 e GT, o H6 se consolidou como referência em tecnologia, conforto e eficiência, caindo nas graças do consumidor brasileiro.
Já os elétricos puros… seguem derrapando: queda de 5,14% no acumulado. A explicação? Falta de infraestrutura, autonomia ainda questionada e aquela desconfiança natural do brasileiro com novidades que envolvem carregador na garagem.
O resumo? Maio foi animado, sim. Mas, o setor está se segurando bem, mas a expectativa para o segundo semestre depende do apetite do consumidor… e de uma trégua nos juros.
Por enquanto, o mercado segue acelerando — mas com o ouvido colado no motor e os olhos bem atentos ao retrovisor.
Fonte: Fenabrave
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