Mustang Dark Horse: O puro-sangue que nunca perdeu o reinado
Tem carro que você dirige. E tem carro que muda a forma como você enxerga o volante. O Mustang Dark Horse é um desses.
A primeira acelerada já explica por que esse nome atravessou gerações. É força bruta com refinamento, tradição com tecnologia. Você sente o carro vibrar, o ronco do V8 tomando conta e parece que tudo ao redor desacelera.
Sob o capô, ele traz o consagrado motor 5.0 Coyote V8, que entrega 507 cv e 57,8 kgfm de torque. É o V8 naturalmente aspirado mais potente já usado em um Mustang de produção, fruto da quarta geração do Coyote, com novo virabrequim, bielas forjadas e sistema de admissão duplo. Acoplado ao câmbio automático de 10 marchas (SelectShift), o conjunto entrega respostas imediatas e acelerações intensas. No modo esportivo, o câmbio alonga as trocas, mantendo o motor em giros mais altos. O ronco ganha corpo, o carro fica mais sensível ao pedal e mostra do que é capaz.
Apesar da brutalidade, a Ford acertou em cheio ao adaptar o modelo ao mercado brasileiro. A suspensão MagneRide foi recalibrada para o nosso asfalto, o que melhora o conforto sem comprometer o controle. Ele encara buracos, lombadas e valetas com firmeza, algo raro em um esportivo dessa potência.
O motor também foi ajustado para a gasolina brasileira, que contém etanol na mistura. É um detalhe importante e mostra o cuidado da marca em garantir desempenho e durabilidade sem abrir mão da essência do carro.
Durante o teste, um detalhe curioso chamou atenção: o proprietário de um Porsche que também dirigiu o Mustang comentou que ambos têm desempenho parecido no 0 a 100 km/h. Mas a diferença está no comportamento. Enquanto Porsche, Audi RS e BMW M são carros mais dóceis, com respostas previsíveis e eletrônica mais protetora, o Mustang é puro instinto. Ele pede braço firme e respeito. É o tipo de carro que não perdoa erro e talvez por isso tenha tanto charme.
Mesmo com o passar dos anos e a chegada de rivais de peso, como Camaro e Corvette, o reinado segue intacto. Nenhum deles conseguiu roubar o trono desse ícone americano, que continua sendo o símbolo máximo de força, liberdade e paixão sobre quatro rodas.
Essa é a verdadeira essência do Dark Horse: emoção em estado bruto. O sistema de escapamento ativo permite escolher o nível de ruído, discreto no uso urbano ou ensurdecedor no modo pista. Mesmo em baixa velocidade, o som é envolvente, com aquela pulsação inconfundível que só um V8 aspirado pode oferecer.
Por dentro, o Mustang entra em uma nova era. O painel digital de 12,4 polegadas e a central multimídia de 13,2 polegadas acrescentam um toque tecnológico, mas o foco continua sendo o motorista. A posição de dirigir é baixa, esportiva e reforça a sensação de estar no comando de algo vivo, um puro-sangue americano de verdade.
Com preço sugerido de R$ 649 mil, o Mustang Dark Horse 2026 é mais que um carro: é uma declaração de personalidade. Um esportivo que exige técnica, respeito e coragem e entrega, em troca, a experiência mais visceral que se pode ter ao volante.
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