Na areia, no barro e na estrada: uma experiência com o Jeep Wrangler Rubicon

27/02/2025 Claudio Barreto

O cenário era perfeito: céu azul e um desafio pela frente. Entramos na areia de praia para testar o 4×4 automático do Wrangler, calibrando os pneus com 16 libras para encarar o terreno solto. O local escolhido foi um pequeno trecho de praia, mas o suficiente para perceber que o modelo nem sequer sentiu a diferença ao rodar na areia fina. Muitos já falam da capacidade off-road do Wrangler, então decidi fazer diferente: peguei a estrada. Foram 130 km em 2h15 de viagem, de Recife a Caruaru, para sentir sua dirigibilidade, consumo, conforto e desempenho em ultrapassagens.

Antes de sair para o test drive, fiz os primeiros ajustes no carro. Os bancos com ajustes elétricos facilitaram encontrar uma posição confortável, garantindo um bom apoio lombar. O volante também possui regulagem, permitindo um encaixe perfeito para uma condução ergonômica. Apesar da ausência de um carregador por indução, os múltiplos pontos de USB estavam bem posicionados para manter os dispositivos carregados.

E que experiência foi essa! Assim que pisei no acelerador, senti o poder bruto desse 4×4. O motor respondeu com um leve atraso, mas logo entregou toda sua força, e a sensação de controle total tomou conta. Não é que o grandalhão passou em todos os aspectos! Em retas longas, ele deslizou suavemente, absorvendo as imperfeições do asfalto como se estivesse flutuando. Os buracos na estrada praticamente não foram sentidos, demonstrando a eficiência da suspensão. Mas eu queria mais.

As estradas do Nordeste são imprevisíveis – ora um sol escaldante, ora chuvas inesperadas. Passei por trechos secos sob forte calor e, poucos quilômetros depois, enfrentei uma BR alagada, onde a chuva intensa transformava o asfalto em verdadeiras piscinas. Nessas condições extremas, o Wrangler seguiu firme e seguro, transmitindo confiança total ao volante.
No retorno, senti que faltava algo. O asfalto já havia mostrado a competência do Wrangler, mas e a lama? Então, decidi testar sua resistência em um percurso mais desafiador. Peguei um trecho de 1 km de estrada de barro sob chuva moderada, enfrentando descidas íngremes e perigosas, em um caminho estreito que permitia a passagem de apenas um carro e um solo encharcado. Para completar o desafio, retornei pelo mesmo caminho para avaliar sua capacidade nas subidas. O grandalhão seguiu impassível, como se fosse apenas mais um dia comum para ele. Não sou nenhum aventureiro nato, mas essa experiência me fez entender por que ele é tão respeitado pelos puristas do off-road. A fama de “subir parede” realmente não é exagero!

Durante a viagem, a velocidade de cruzeiro se mostrou confortável entre 100 e 120 km/h, com um consumo médio de 8 km/l. O Wrangler mostrou que faz boas curvas e se manteve estável e confortável em velocidades médias de 110 km/h.

O grandalhão mantém sua essência de robustez e aventura, mas agora com melhorias significativas em design, tecnologia e desempenho. A nova grade frontal de sete fendas agora está mais estreita e moderna, com acabamentos texturizados em preto e molduras metálicas em cinza. Além disso, a marca adicionou novas opções de cores, incluindo Azul Hydro, Azul Earl e Cinza Anvil, ampliando as possibilidades de personalização para os clientes.
No interior, recebeu melhorias significativas para oferecer mais conforto e tecnologia. A nova central multimídia Uconnect 5 possui uma tela de 12,3 polegadas e integração com smartphones, proporcionando uma interface intuitiva. O painel de instrumentos foi redesenhado, incorporando novas saídas de ar, enquanto os bancos dianteiros elétricos garantem mais conveniência para os ocupantes. No entanto, faltou um carregador por indução, um item cada vez mais presente em modelos dessa categoria.

O jipão conta com tração 4×4 com caixa de redução, bloqueio eletrônico dos diferenciais dianteiro e traseiro, barra estabilizadora frontal desconectável e altura do solo de 270 mm. Esses recursos garantem excelente desempenho em terrenos acidentados e condições adversas. Sob o capô, o motor Hurricane 2.0 turbo a gasolina, um propulsor de quatro cilindros que entrega 272 cavalos de potência e 40,8 kgfm de torque. A transmissão automática de oito marchas garante uma condução suave, seja no asfalto ou em trilhas.

O Jeep Wrangler Rubicon reafirma seu legado como um dos SUVs off-road mais desejados, consolidando-se como uma opção premium para os apaixonados por aventura. Com atualizações modernas, alto desempenho, tecnologia avançada e um design icônico, ele mantém sua robustez característica e segue como referência para quem busca potência, inovação e resistência em qualquer terreno.