Sarcopenia e sedentarismo: dupla ameaça à saúde dos homens a partir dos 50 anos
Durante o Novembro Azul, mês dedicado à saúde do homem, a sociedade de ortopedia chama atenção para um aspecto ainda pouco discutido nas campanhas de prevenção: o papel da atividade física e da saúde musculoesquelética na longevidade masculina. Homens vivem, em média, sete anos a menos que as mulheres, e entre os principais motivos estão o sedentarismo e a menor adesão aos cuidados preventivos.
Segundo a ortopedista do Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Recife (IOT), Dra Etelvina Vaz, reforça que a saúde do homem se constrói com atitudes diárias, e o movimento é a base de todas elas. “A atividade física regular é considerada um dos fatores mais poderosos de prevenção de doenças e aumento da expectativa de vida, atuando na manutenção da força muscular, no controle do peso, na melhora da circulação e até na redução do risco de câncer”, esclarece.
Um dos grandes desafios da saúde masculina é a sarcopenia, perda progressiva de massa e força muscular, que costuma surgir a partir dos 50 anos. O problema, muitas vezes silencioso, aumenta o risco de quedas, fraturas e limitações funcionais. Segundo dados recentes, a prevalência de sarcopenia quase duplicou entre 2000 e 2023, acompanhando o envelhecimento acelerado da população brasileira. A Organização Mundial da Saúde (OMS) reconheceu a sarcopenia como uma doença em 2016, classificando-a como uma síndrome com impacto direto na qualidade de vida e na mortalidade, devido à incapacidade física e à perda de autonomia.
Para a especialista, o check-up ortopédico deve fazer parte da rotina de cuidados do homem moderno, especialmente após os 40 anos. “A prevenção não está apenas nos exames laboratoriais, mas também no fortalecimento do corpo. O homem que se exercita preserva músculos, articulações e ossos, e reduz os riscos de doenças metabólicas, cardiovasculares e até oncológicas”, destaca.
Estudos apontam que homens com excesso de peso corporal têm maior risco de desenvolver diversos tipos de câncer. Em contrapartida, a prática regular de exercícios físicos atua diretamente na regulação hormonal, no controle glicêmico e na melhora da imunidade, fatores essenciais para a prevenção do câncer e para o envelhecimento saudável.
A sarcopenia, somada ao sedentarismo, forma uma combinação perigosa que compromete o futuro da saúde masculina. O fortalecimento muscular, por meio de atividades como musculação, pilates, corrida e caminhadas, é hoje um dos principais aliados na manutenção da independência funcional e da longevidade. “Cuidar dos músculos e das articulações é cuidar da vida. O corpo ativo é o corpo que envelhece com autonomia”, conclui.
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