Saúde do Idoso: ortopedistas destacam como prevenir dores crônicas tendo a fisioterapia como aliada
Outubro marca o Mês do Idoso, e é fundamental desmistificar uma das questões que mais comprometem a qualidade de vida com o avançar da idade: a dor crônica. Por muito tempo, a dor tem sido erroneamente aceita como um sintoma inevitável do envelhecimento, uma crença perigosa que precisa ser combatida.
Os números acendem um alerta: a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG) estima que entre 20% e 50% dos idosos convivem com alguma síndrome dolorosa, sendo as condições osteoarticulares e musculoesqueléticas as mais comuns. O estudo Longitudinal da Saúde dos Idosos Brasileiros (ELSI-Brasil), subsidiado pelo Ministério da Saúde, mostrou que até o fim de 2023, cerca de 37% das pessoas com 50 anos ou mais já lidavam com dores de caráter crônico.
Os impactos das dores na saúde do idoso
A dor é classificada como crônica quando está associada a alguma doença e se estende por mais de três meses. Essa persistência tem um efeito dominó negativo na vida do idoso, indo muito além do desconforto físico. O médico ortopedista especialista em pé e tornozelo Fernandes Arteiro, da Clifor Olinda, explica. “A dor crônica afeta negativamente a qualidade de vida, podendo desencadear insônia, isolamento social, depressão, ansiedade, além de levar ao uso excessivo de medicamentos e, em casos graves, a hospitalizações. É preciso entender que a dor não precisa ser uma consequência do envelhecimento. Hábitos de vida saudáveis são cruciais para a prevenção”.
Sedentarismo: o principal vilão
Um dos fatores mais determinantes para o surgimento e agravamento das dores na terceira idade é o comportamento sedentário. Muitos idosos enfrentam grandes barreiras para manter um estilo de vida ativo. “Os hábitos sedentários enfraquecem os principais músculos de sustentação do corpo, levando ao surgimento de dores. Esse quadro é frequentemente agravado por outros fatores, como a obesidade”, destaca Márcio Crisanto, médico ortopedista especialista em coluna, da Clifor Olinda.
Fisioterapia é suporte na terceira idade
A fisioterapia é um suporte essencial para a saúde do idoso contribuindo com a mobilidade, o equilíbrio, a força e a coordenação, elementos que ajudam diretamente na manutenção da independência funcional e na prevenção de quedas e lesões. O ortopedista destaca que a abordagem deve ser colaborativa. “A fisioterapia é um apoio relevante na saúde do idoso. De maneira multidisciplinar, ela complementa os tratamentos no alívio de dores causadas por problemas como hérnia de disco, artrose e osteoporose, por exemplo, somando-se às intervenções realizadas por nós, ortopedistas, como infiltrações para o alívio da dor e cirurgias em casos mais específicos”, detalha Márcio Crisanto.
A ortopedia e fisioterapia preventiva ganha cada vez mais destaque, focando no diagnóstico precoce de desalinhamentos, fraquezas musculares e padrões de movimento inadequados.”O idoso deve fazer fisioterapia mesmo sem sentir dor. Essa prática é vital para a prevenção de quedas, perda de mobilidade e rigidez muscular, promovendo maior força, equilíbrio e coordenação. O principal objetivo da fisioterapia para a terceira idade é manter a independência e a autonomia, elevando a qualidade de vida e permitindo que as atividades diárias sejam realizadas com mais facilidade e segurança”, destaca o médico ortopedista Fernandes Arteiro.