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Mitsubishi Triton Katana, o samurai que voltou mais moderno

A Mitsubishi decidiu virar a página de vez: esqueça o nome L200, agora é apenas Triton. E, na linha 2025, a versão Katana chega como topo de gama, trazendo robustez, mais tecnologia e uma pitada de polêmica — afinal, mexer na “frenteira” sempre rende assunto.

O visual divide opiniões. A geração anterior tinha linhas arredondadas e era considerada uma das picapes médias mais elegantes. Agora, a dianteira ganhou traços retos, faróis afilados e grade quadradona, reforçando o porte parrudo. Bonita ou não, a mudança deixou a Triton mais agressiva e alinhada ao gosto do público que busca imponência. A traseira manteve a praticidade, com mais de 1.000 kg de capacidade de carga e até 3.500 kg de reboque. O estepe, de mesma medida das rodas de liga leve, mostra atenção ao uso fora de estrada.

O destaque está no novo motor 2.4 turbodiesel, que entrega 205 cv e 47,9 kgfm de torque já a 1.500 rpm. Associado ao câmbio automático de seis marchas da Aisin, o conjunto é eficiente e confiável. Não é um V6, mas garante boas respostas. A aceleração de 0 a 100 km/h fica em torno de 10,5 segundos e a velocidade máxima é de 190 km/h. O desempenho agrada no uso real, com torque abundante para ultrapassagens e subidas. O consumo também surpreende: perto de 9,5 km/l na cidade e até 13,5 km/l na estrada.

Um dos pontos mais criticados da antiga L200 era a suspensão “cabrita”. A nova Triton resolveu a questão: está mais confortável, absorve melhor buracos e transmite maior confiança. Na viagem entre Recife e João Pessoa, o que se nota é uma picape que não cansa o motorista e se mantém estável em curvas. A direção está mais precisa e o isolamento acústico melhorou, elevando o conforto a bordo.

Por dentro, o acabamento ganhou couro, multimídia com Android Auto e Apple CarPlay sem fio, câmera 360° e piloto automático adaptativo. O ar-condicionado com comandos físicos agrada, assim como o espaço para passageiros. Mas nem tudo evoluiu: o sistema de ventilação traseira ainda usa o curioso “exaustor” que puxa ar da frente, faltam faróis totalmente em LED e teto solar, detalhes que fazem falta em um veículo de mais de R$ 330 mil.

E esse é justamente o ponto crítico. A Katana custa acima de R$ 330 mil, encostando em rivais como a Chevrolet S10 High Country (R$ 325 mil em tabela, mas menos em ofertas) e a Ford Ranger V6 de entrada (R$ 303 mil). Com preços tão próximos, muitos compradores vão comparar e se perguntar: vale um quatro cilindros biturbo ou é melhor partir logo para um V6?

A nova Triton Katana é, sem dúvida, a versão mais completa já feita da picape. Mais confortável, mais segura, mais equipada e com design marcante, honra a tradição de robustez da Mitsubishi. O problema é o valor elevado, que a coloca em um duelo direto com concorrentes igualmente fortes. Para quem já é fã da marca, é uma evolução clara e bem-vinda. Para quem decide pela razão, o preço pode pesar.

No fim, a Katana justifica o nome da espada samurai: afiada, resistente e respeitável. Só que, no Brasil, carregar essa lâmina no bolso exige coragem — e crédito aprovado.

 

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