Inteligência Artificial aumenta a precisão dos exames de colonoscopia e endoscopia e oferece diagnósticos mais precoces
O câncer colorretal atinge cada vez mais a população brasileira, sendo o terceiro tumor que mais mata no país. Dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA) estimam que, entre 2023 e 2025, o Brasil deve registrar mais de 135 mil novos casos. Embora seja mais comum em idosos, a incidência da doença entre jovens vem aumentando.
“É importante que a sociedade esteja atenta aos sinais e sintomas do câncer colorretal, pois ele não é mais considerado uma doença de pessoas idosas e pode atingir outras faixas etárias”, explica a médica Leliane Alencar, presidente da Sociedade Brasileira de Endoscopia em Pernambuco e diretora médica da Endogastro.
Os números são preocupantes. Um estudo da Universidade de Missouri-Kansas City, apresentado no Digestive Disease Week 2024 — maior encontro internacional de médicos e pesquisadores em gastroenterologia — mostrou que a taxa do câncer intestinal aumentou 333% entre adolescentes de 15 a 19 anos, entre 1999 e 2020. Entre crianças de 10 a 14 anos, o crescimento chegou a 500% nos últimos 20 anos. Já em jovens adultos de 20 a 24 anos, o aumento foi de 185%.
“Embora as taxas entre a população infantil e adolescente tenham crescido, elas não são altas o suficiente para indicarmos a colonoscopia. Entretanto, para jovens e adultos, o exame é essencial para diagnosticar tumores”, ressalta Leliane.
Atualmente, as diretrizes orientam que a colonoscopia seja realizada a partir dos 45 anos e repetida a cada dez anos, em caso de resultado negativo. “A colonoscopia é essencial para o diagnóstico precoce, pois a doença pode se desenvolver sem apresentar nenhum sintoma. Além disso, quando descoberta na fase inicial, ainda restrita ao local de origem, a taxa de cura ultrapassa 90%”, reforça a médica.
Segundo Leliane, pacientes com histórico familiar devem iniciar os exames dez anos antes da idade em que o parente próximo recebeu o diagnóstico. O câncer colorretal é um tumor maligno que se desenvolve no intestino grosso (cólon), reto e ânus. O tipo mais comum é o adenocarcinoma.
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