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Tirzepatida e anticoncepcional: o que toda mulher deve saber

Com o crescente uso de medicamentos injetáveis para emagrecimento, como a tirzepatida, nome comercial Mounjaro, surgem também muitas dúvidas sobre os possíveis efeitos colaterais e interações medicamentosas. Uma das principais preocupações, especialmente entre mulheres em idade fértil, é sobre o efeito do Manjaro sobre anticoncepcional oral.

Segundo o especialista em nutrologia pela USP, Dr. Vinícius Valença, essa é uma dúvida importante e válida. A tirzepatida é um análogo dual dos hormônios GLP-1 e GIP, inicialmente aprovado para o tratamento do diabetes tipo 2 e recentemente liberado para obesidade. Como promove retardo no esvaziamento gástrico e redução do apetite, ela também pode interferir na absorção de outros medicamentos orais.

“O que se sabe até agora, com base em estudos clínicos, é que a tirzepatida pode reduzir a eficácia da pílula anticoncepcional oral, especialmente nas primeiras semanas de uso, quando o corpo ainda está se adaptando ao medicamento”, explica o especialista, acrescentando que o mecanismo por trás da possível interferência está ligado ao retardo no esvaziamento do estômago, ou seja, o medicamento deixa o alimento e os remédios por mais tempo no trato digestivo, o que pode afetar a absorção da pílula. Isso não significa que todas as mulheres terão falhas contraceptivas, mas o risco existe, especialmente nos primeiros ciclos.

A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) e a própria FDA (agência americana) orientam que mulheres em uso de tirzepatida que desejam evitar uma gravidez devem utilizar métodos contraceptivos adicionais — como preservativo — durante as primeiras quatro semanas de tratamento, e sempre que houver episódios de vômito ou diarreia, que também podem comprometer a eficácia da pílula.

Para o Dr. Vinícius Valença, o mais importante é individualizar a conduta e reforçar o papel do acompanhamento médico durante o uso da medicação. “É essencial que a paciente converse com seu ginecologista e com o profissional que prescreveu o medicamento. Em alguns casos, pode ser indicada a troca do anticoncepcional oral por métodos não hormonais ou não orais, como DIU ou injetáveis, pelo menos durante o período inicial de adaptação”, orienta.

Além da questão contraceptiva, o uso da tirzepatida deve ser feito com prescrição e monitoramento médico, já que trata-se de um medicamento potente, com efeitos benéficos quando bem indicado, mas que exige cuidado e responsabilidade no uso.

“O emagrecimento saudável é um processo que envolve muito mais do que perder peso rapidamente. Precisamos olhar o corpo como um todo, entender o histórico da paciente, seus hábitos, exames laboratoriais e contexto hormonal. Medicamentos como o Mounjaro são ferramentas, mas o plano precisa ser integrado”, conclui o especialista em nutrologia.

SERVIÇO:
Instituto VIV
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