Psicólogo ressalta a importância sobre educação sexual para crianças e adolescentes
Para muitas famílias falar de sexo ainda é um tabu, principalmente quando o assunto surge em famílias cujos filhos ainda são crianças ou já estão na adolescência. Muitos pais se sentem apavorados só de pensar que um dia precisarão conversar sobre o tema com os jovens. A proximidade do Dia do Sexo, comemorado no dia 06 de setembro, pode ser uma boa oportunidade para abordar a temática.
O psicólogo e analista do comportamento, Rodrigo Nery alerta que dialogar sobre o tema com crianças adolescentes é de extrema importância para evitar que elas sejam vítimas de abuso e violência sexual. “Falar sobre sexo com os filhos pode ser desconfortável tanto para os pequenos, quanto para os adultos. Isto acontece porque ainda temos inúmeras barreiras culturais. Entretanto, é importante manter crianças e adolescentes informados sobre a temática”, alerta o especialista.
Para o Psicólogo, o sexo e suas variáveis irão despertar curiosidade nos jovens naturalmente. No entanto, os filhos preventivamente podem ser uma grande ferramenta para que eles ganhem amadurecimento emocional acerca do assunto. “Muitas vezes a internet pode ser a primeira a tocar no assunto, mas com informações equivocadas. Neste caso, é importante que os pais acompanhem as descobertas dos pequenos, fornecendo informações de acordo com suas idades e fases de vida”, aconselha Rodrigo Nery.
*Adolescentes* – O psicólogo também ressalta que o assunto com adolescentes, a partir dos 12 anos, precisa ser um diálogo aberto para tirar todas as dúvidas pertinentes. “Justamente por ser uma fase de descoberta e de experimentação. É importante que o adolescente saiba o que fazer, como fazer e entender como seu corpo responde aos diferentes estímulos para que ele não caia em uma cilada”, alertou.
Segundo o analista do comportamento, é nesta fase da adolescência que os filhos iniciam a masturbação, e na maioria das vezes, inicia sua vida sexual. “O ideal é que os pais não deixem para iniciar a abordagem do tema apenas na adolescência. Em média, as mudanças corporais começam a aparecer por volta dos 9 anos, tanto nos meninos quanto nas meninas. É nessa fase que as dúvidas começam a aparecer”, enfatizou.
Como abordar o assunto
Papo aberto — É preciso demonstrar para o adolescente que você está à disposição dele para conversar sobre o assunto, seja ele qual for, inclusive sexo e sexualidade.
Sem mentiras — Ao tirar as dúvidas do adolescente, é preciso dizer verdades completas. Nada de mentiras ou meias verdades. O adolescente tem acesso à internet e conversa com amigos da mesma idade e caso você esconda algo, alguém vai contar a ele.
No tom certo — Dizer a verdade não é sinônimo de usar palavras chulas. Avalie, segundo a idade, que tipo de linguagem você vai usar para conversar sobre o tema. Um tom muito infantilizado pode fazer com que o adolescente se sinta bobo, assim como uma conversa adulta demais pode assustá-lo.
Transparência – Nem sempre, o adulto saberá responder os questionamentos da forma mais correta. Em vez de dizer “não sei” e encerrar o assunto, seja transparente e diga que vai pesquisar, ou convide o adolescente a pesquisar junto com você. Deixar uma pessoa nesta idade sem resposta pode fazer com que ele não volte mais a tocar no assunto e procure outra pessoa para conversar.
Confiança – Ao conversar com um adolescente, demonstre que você é uma pessoa de confiança, com a qual ela pode conversar quando algo de importante acontecer.
Respeito – Durante a conversa, é preciso lembrar ao adolescente que o sexo não é apenas sobre prazer sentido e oferecido ao outro: o respeito é fundamental. Tanto o autorrespeito quanto respeitar as vontades e desejos do outro.
Responsabilidade – Iniciar a vida sexual demanda responsabilidade. Por isso, toque sempre no assunto das infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) e da gravidez precoce, orientando o uso de camisinha.
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