Usina de Arte recebe comitiva internacional
De Pernambuco para o mundo. A Usina de Arte, referência em arte contemporânea, desenvolvimento territorial e transformação social no país, já chama a atenção do mundo. Pela primeira vez a antiga usina de cana de açúcar instalada na Mata Sul receberá uma comitiva de jornalistas internacionais interessados em conhecerem de perto o acervo, projetos e iniciativas que unem arte e educação e estão mudando a realidade. Os profissionais representam veículos de comunicação de países como França (Le Monde), Espanha (El País), Alemanha (Monopol), Estados Unidos (The Art Newspaper), México (Reforma), Camarões (Le Messager) e Burkina Faso (BBC África). A expectativa é que a vinda do grupo contribua para a projeção internacional do empreendimento e chame ainda mais atenção para o desenvolvimento e a movimentação econômica a partir da arte e da cultura.
“Não é a primeira vez que recebemos representantes de veículos internacionais. Já participamos de matérias e ações em inúmeros países, mas entendemos que a diversidade dos integrantes desta visita, que acontece de 7 a 9 de setembro, irá projetar a Usina à territórios inimagináveis em nosso planejamento inicial. A vinda desses críticos também reafirma a importância do nosso espaço para a arte contemporânea no mundo”, afirma Bruna Pessôa de Queiroz, presidente da Usina de Arte.
Como forma de apresentar todo o seu acervo, foi desenvolvida uma programação completa e imersiva para os participantes. Fazem parte do roteiro visitas ao Parque Artístico-Botânico, à Vila e ao Centro de Artesanato, à Biblioteca e ao Laboratório de Tecnologia do projeto, o Parque Industrial e preview da instalação da obra Autômatos (2017), do artista André Komatsu.
Para complementar a experiência, além do contato direto com a história e cultura pernambucana, os visitantes também serão apresentados à culinária local por meio de um jantar realizado pelo chef Pedro Godoy, premiado nacionalmente, no qual apresentará um menu exclusivo para a ocasião, concebido especialmente para dialogar com a atmosfera histórica e artística da Usina de Arte.
“Será uma oportunidade importante de mostrar que, a partir do interior de Pernambuco, é possível dialogar com a arte contemporânea internacional e, ao mesmo tempo, fortalecer o desenvolvimento social, cultural e econômico, atuando como agente de transformação na região. É essa troca que mantém viva a missão da Usina de Arte”, acrescenta Bruna.
Sobre a Usina de Arte
Instalada onde funcionou a Usina Santa Terezinha (maior produtora de álcool e açúcar do Brasil nos anos 1950), na cidade de Água Preta, Mata Sul de Pernambuco, o projeto Usina de Arte conecta arte, cultura e meio ambiente, a partir de um museu de arte contemporânea ao ar livre, dentro de um Parque Artístico Botânico. Nele, estão instaladas mais de 45 obras e instalações de nomes como Marina Abramović, Regina Silveira, Alfredo Jaar, Geórgia Kyriakakis, Saint Clair Cemin, José Spaniol, Claudia Jaguaribe, Matheus Rocha Pitta, Juliana Notari, José Rufino, Flávio Cerqueira, Bené Fonteles, Hugo França, Rizza Bomfim, Paulo Bruscky, Denise Milan, Marcelo Silveira, Liliane Dardot, Maria Tereza e Thiago Sobreiro, Marcio Almeida, Frida Baranek, Artur Lescher, Carlos Vergara, Júlio Villani, Iole de Freitas e Vanderley Lopes.
Em meio a um trabalho de reflorestamento com plantas de mais de 1.000 espécies, em uma área de 40 hectares, o Parque Artístico Botânico é eixo central da iniciativa que irriga outras ações de desenvolvimento para a criação de estruturas para geração de renda e valor para a comunidade de 6 mil moradores no entorno do projeto. São exemplos o Fab Lab Mata Sul – Usina de Arte com terminais de computadores conectados à internet, impressoras em 3D e cortadora a laser para projetos da comunidade, a Escola de Música, a Biblioteca e Centro de Conhecimento público com mais de 5 mil títulos, além de parceria com as unidades escolares no apoio de novas práticas pedagógicas.
O objetivo é estimular o turismo, e a consequente atividade econômica na região da Mata Sul de Pernambuco, criando um ambiente favorável ao empreendedorismo na localidade, que viu nascer restaurantes, pousadas, pesque-e-pague, centro de artesanato, guias para passeios ecoturísticos, camping e a cultura de hospedagens domiciliares. “Essa guinada não seria possível sem o intenso envolvimento da comunidade, parte efetiva de todo o processo, e que, ao se sensibilizar com o potencial transformador da arte, tem contribuído sistematicamente com o projeto, desde a sua gestação até a atual condição de pilar de sustentação dele”, explica Bruna Pessoa de Queiroz, presidente da Associação Socioambiental e Cultural Jacuípe, que gere a Usina de Arte. O grupo reúne mais de 40 membros de segmentos plurais da comunidade da Usina Santa Terezinha, sendo viabilizado a partir do apoio de pessoas físicas e jurídicas.
Visitação
A cerca de 150km do Marco Zero do Recife, o Parque Artístico-Botânico da Usina de Arte é aberto à visitação do público, das 5h30 às 18h, e tem acesso gratuito. Saindo do Recife, os visitantes devem seguir pela BR 101 Sul, sentido Alagoas, até o centro da cidade de Xexéu. De lá, o público segue pela rodovia PE99, que começa em frente à Paróquia de São Sebastião, e leva até a Usina, situada no Km 10. Entre as opções de alimentação, estão os restaurantes Jardim Botânico, a Pizzaria Estação dos Sabores, Mandacaru Abacate, Ró Lanches, Restaurante Alquimia e Restaurante Capim de Cheiro.