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Atraso na fala em crianças: saiba como identificar

Ambiente escolar é o principal meio para a socialização, com a volta das aulas presenciais, os atrasos no desenvolvimento de crianças podem ser identificados com mais facilidade

Com a volta das aulas presenciais, muitos pais começaram a notar atrasos no desenvolvimento dos seus filhos, principalmente na socialização. É muito comum em meio ao isolamento social vivenciado nos últimos anos as crianças iniciarem o desenvolvimento da fala e de pequenas interações sociais mais tarde. Com a escola e o acompanhamento dos professores, esses atrasos podem ser notados com mais facilidade. A fonoaudióloga Maria Martins Moura, da Due Clinic, alerta para o atraso na fala e como os pais e a escola podem contribuir para identificar sinais e ajudar no desenvolvimento da criança

“O atraso na fala é quando uma criança não apresenta o desenvolvimento esperado para determinada fase em que ela se encontra. Em todo o processo de desenvolvimento da criança existem marcos que são utilizados para saber se ele está acontecendo de maneira correta ou não, e na fala não é diferente. Os sons que a criança precisa produzir em cada fase devem ser levados em consideração no momento. Se com um ano de idade a criança não emite nenhum som, com dois anos a criança não constrói frases simples ou crianças que falavam e pararam de falar, que não apontam e não utilizam gestos para se comunicar, há indicativos do atraso na fala”, explica Maria Martins Moura, fonoaudióloga da Due Clinic.

O ambiente escolar é o principal meio para a socialização, é nele onde os pais e responsáveis conseguem detectar as dificuldades na comunicação e na linguagem das crianças. “Não é difícil identificar quando as crianças possuem dificuldades, os sinais são bem expressivos, alguns sinais podem ser observados no início. Bebês quietos e que balbuciam pouco, não reagem aos sons e nem conseguem repeti-los, também apresentam dificuldade na introdução alimentar e preferem se comunicar com gestos. Esses comportamentos podem ser observados em casa e na escola. Os professores devem observar os marcos de desenvolvimento de fala da criança, informar aos pais e encaminhar para um fonoaudiólogo,” completa a fonoaudióloga da Due Clinic Maria Martins Moura.

Durante o período de isolamento, as crianças foram acompanhadas virtualmente, aulas online e recursos virtuais foram explorados. Essas técnicas nem sempre ajudam no desenvolvimento das crianças e dificultam a identificação de problemas. Com a volta às aulas, se cria uma oportunidade para desenvolver habilidades sociais e de linguagem nas crianças. Com a troca de experiências e de novas relações sociais vivenciadas no ambiente escolar, as brincadeiras e as atividades escolares também funcionam como um estímulo, contribuindo positivamente para o desenvolvimento da criança.

Em casa, os pais também podem ajudar, adotando algumas medidas como falar várias vezes a mesma palavra de maneira natural para que a criança tenha a oportunidade de ouvir aquela palavra, sempre falar na mesma altura da criança para que ela possa visualizar o rosto do adulto, usar muito da expressão facial, colocar os brinquedos sempre na região próxima do rosto para que a criança visualize a boca do adulto e dar oportunidade à criança para que ela tenha contato com outras crianças. Mesmo adotando essas práticas, o auxílio de um fonoaudiólogo, quando a criança apresentar sinais, é indispensável. O especialista vai fornecer uma avaliação completa e passar as orientações específicas para cada caso.

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