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Crescimento dos bancos digitais impacta no endividamento da população

O mercado financeiro tem passado por significativas transformações nos últimos anos, com o surgimento dos bancos digitais ganhando cada vez mais espaço e relevância. No entanto, de acordo com o planejador financeiro e sócio da Matriz Contábil, Paulo Marostica, é fundamental entender as diferenças entre os bancos tradicionais e os bancos digitais, bem como avaliar como essas mudanças podem influenciar o endividamento da população.

“Os bancos tradicionais têm sido pilares fundamentais do sistema financeiro por décadas, oferecendo uma ampla gama de produtos e serviços, desde contas correntes até investimentos e empréstimos. Entretanto, por mais que, ao longo dos últimos anos, eles venham buscando acompanhar as mudanças de comportamento do consumidor e desburocratizando algumas operações que acabavam por dificultar o acesso de algumas camadas da população aos produtos financeiros, os bancos nativos digitais ainda estão na frente quando o assunto é inovação”, explica.

De acordo com o especialista, os bancos digitais são instituições financeiras que operam exclusivamente online, eliminando a necessidade de agências físicas e priorizando a agilidade e simplicidade em suas operações. “Por meio de aplicativos e plataformas digitais, esses bancos oferecem serviços como abertura de contas, transferências, cartões de crédito, investimentos e empréstimos com maior facilidade e menor burocracia”, aponta.

Porém, o planejador financeiro faz um alerta para os impactos significativos dos bancos digitais no endividamento da população. “É importante observar que, embora essas instituições financeiras tenham facilitado o acesso a crédito e serviços bancários, também têm levado muitas pessoas a se endividarem além de sua capacidade de pagamento”, afirma.

Segundo Marostica, entre as principais influências no endividamento do brasileiro está a facilidade de crédito, com processos simplificados e aprovações mais rápidas. “Os bancos digitais tornaram mais fácil para as pessoas obterem empréstimos e cartões de crédito. No entanto, a falta de educação financeira pode levar alguns indivíduos a utilizar o crédito de forma irresponsável, acumulando dívidas”, diz.

De acordo com Paulo Marostica, para mitigar os riscos de endividamento excessivo, a educação financeira desempenha um papel fundamental. “Governos, instituições financeiras e organizações da sociedade civil poderiam ser mais ativos em oferecer programas e recursos que promovam o entendimento dos conceitos financeiros básicos, estimulando a responsabilidade e o planejamento adequado do uso do crédito”, afirma.

A importância do tema é tanta que o Ministério da Educação incluiu a educação financeira como parte dos Temas Transversais da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e, portanto, a discussão deve estar presentes no dia a dia das escola. “A educação financeira ainda na formação básica é uma ferramenta valiosa para ajudar as crianças a construírem uma relação mais saudável com o dinheiro enquanto adultos. Daqui a 10 ou 15 anos, poderemos perceber uma diferença dessa realidade na redução da quantidade de endividados no Brasil”, finaliza.

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