Desafios no diagnóstico e prevenção do câncer de intestino
O Maio Roxo é o mês de conscientização das doenças inflamatórias intestinais, que quando não são detectadas e cuidadas, podem evoluir para o câncer de intestino. De acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), do Ministério da Saúde, estima-se que, em cada ano do triênio de 2023 a 2025, mais de 45 mil casos de câncer de intestino, também conhecido como câncer colorretal, sejam diagnosticados no Brasil. No Nordeste, a estimativa é de 7.030, enquanto em Pernambuco, 1.180 casos devem ser diagnosticados anualmente durante o período, com maior incidência em pessoas acima de 50 anos.
O câncer de intestino é o terceiro tipo de câncer mais frequente no Brasil, atrás apenas do câncer de pele não melanoma, do câncer de próstata nos homens e do câncer de mama nas mulheres. Apesar de ser altamente curável, o diagnóstico tardio ainda é um grande desafio para a cura. “Quando a doença é identificada em seus estágios iniciais, as chances de sucesso no tratamento são muito maiores. No entanto, muitos pacientes só descobrem o câncer quando ele já está em estágio avançado e o prognóstico é menos favorável”, aponta o médico oncologista Diogo Sales, da Oncoclínicas em Recife.
Um dos principais desafios para o diagnóstico precoce do câncer de intestino, segundo o especialista, é a falta de acesso à colonoscopia, o exame considerado padrão ouro para a detecção da doença. O procedimento permite ao médico visualizar o interior do intestino grosso e remover pólipos, que podem se transformar em câncer. “Se pensarmos em termos de SUS, a grande dificuldade hoje no Brasil é que todas as pessoas acima de 45 anos, que é a faixa etária indicada, tenham acesso à colonoscopia, de forma a diagnosticar o câncer de forma inicial”, aponta.
Fatores de risco, sintomas e prevenção
Existem diversos fatores de risco para o desenvolvimento do câncer de intestino, como idade avançada, histórico familiar, doenças inflamatórias intestinais (como doença de Crohn e colite ulcerativa), dieta rica em carnes vermelhas e processadas, consumo excessivo de álcool, tabagismo e sedentarismo.
“Os sintomas do câncer de intestino podem ser inespecíficos e, muitas vezes, confundidos com outras condições. Entre os principais sintomas estão mudança no hábito intestinal, como diarreia, constipação ou alternância entre os dois, sangue nas fezes, dor ou desconforto abdominal, perda de peso sem causa aparente, fadiga e anemia”, explica o oncologista.
Diogo Sales aponta que a prevenção do câncer de intestino é possível através da adoção de hábitos saudáveis, como manter um peso adequado, já que o excesso de peso corporal é um fator de risco para o desenvolvimento da doença, e adotar uma dieta rica em fibras, que ajudam a regular o trânsito intestinal.
“A prática da atividade física também é importante, pois ajuda a manter o peso corporal sob controle e fortalece o sistema imunológico. Outro ponto é evitar o tabagismo e o consumo excessivo de álcool, que são dois dos principais fatores de risco para o desenvolvimento de diversos tipos de câncer, incluindo o de intestino”, finaliza.
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