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Queda da Selic: qual o impacto na Renda Fixa e onde investir agora?

Após um ano estagnada em 13,75% ao ano, a taxa básica de juros, chamada de Selic, começou a cair conforme já era esperado pelo mercado financeiro. As decisões do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central sobre a Selic têm um impacto significativo nos diversos produtos de investimento disponíveis no mercado.

A Selic desempenha um papel crucial na economia, influenciando desde os custos de crédito até a rentabilidade de investimentos. Quando ela é reduzida, como aconteceu recentemente, caindo para 13,25%, os efeitos alteram a dinâmica do mercado financeiro e as estratégias de investimento dos brasileiros.

Investidores podem começar a se questionar se ainda vale a pena manter seus investimentos na renda fixa, que ganhou bastante atratividade durante os três anos do último ciclo de altas da Taxa Selic. Para especialistas, essa classe de ativos deve continuar apresentando bons retornos, uma vez que os juros ainda se mantêm em patamar elevado e a inflação está em trajetória de queda. 

Os investimentos em renda fixa são os mais diretamente impactados pela queda da Selic. Títulos como o Tesouro Selic e investimentos de renda fixa privados atrelados ao CDI têm seus rendimentos influenciados pela taxa básica de juros. “Um CDB 100% do CDI, por exemplo, que até o mês passado rendia diariamente o equivalente a 13,65% ao ano, passa a render 13,15% ao ano”, explica Felipe Tavares, assessor de investimentos na Dapes Investimentos.

Com a Selic em queda, esses investimentos tendem a oferecer retornos menores. “Os investimentos atrelados ao CDI – ao menos os mais básicos deles – não passam a render negativo devido à queda do CDI, mas rendem menos do que estavam rendendo antes”, comenta Felipe.

Com a redução dos rendimentos na renda fixa, os investimentos em ações, fundos imobiliários (FIIs) e outros ativos de maior risco se tornam atraentes. “A medida que os investimentos de renda fixa diminuem um pouco da sua atratividade (apesar de ainda termos bons ativos para alocação), faz os investidores voltarem a olhar para renda variável, como ações e fundos imobiliários”, enfatiza Felipe. A busca por retornos mais expressivos leva muitos investidores a considerarem a diversificação de suas carteiras, incorporando produtos de renda variável.

A queda da Selic exige que os investidores reavaliem suas estratégias de alocação de recursos. Para obter retornos mais atraentes, é possível diversificar a carteira de investimentos, incluindo produtos de renda variável e outras opções que não sejam tão diretamente afetadas pela taxa básica de juros.

“Investidores conservadores podem reduzir parte de seus investimentos em ativos atrelados ao CDI ou a SELIC, e redirecionar a ativos de inflação, sempre atento aos prazos, os de inflação costumam ser mais longos e/ou mais difíceis de resgatar. Ativos prefixados também podem ser uma boa opção, porém já notamos uma grande redução de ofertas muito atrativas desse tipo de taxa. Pessoalmente, não gosto de uma taxa de 11% ao ano prefixada muito longa quando temos opções de 6% ao ano corrigidos pela inflação. Qualquer “soluço” no IPCA já faz com que as taxas de inflação ganhem das “prés”, além de uma proteção muito superior”, explica Felipe.

Sendo assim, a avaliação é que o investidor não abandone a renda fixa agora, afinal, “ainda existem muitos títulos atrativos, especialmente os atrelados à inflação. Vemos títulos bancários com taxas acima de 6% ao ano corrigidas pela inflação, que são bastante seguras para quem tem medo que seu dinheiro perca valor ao longo do tempo”, diz Felipe.

O esperado ciclo de cortes na Selic já tem previsão para os próximos anúncios. De acordo com o Boletim Focus, que é divulgado pelo Banco Central e reúne as projeções para o mercado por bancos, consultorias, corretoras e universidades, é que a Selic acabe o ano em 11,75% e 2024 em 9%.

A queda da taxa Selic é uma realidade que exige adaptação por parte dos investidores. A rentabilidade dos investimentos é influenciada por essa movimentação, o que motiva os poupadores a explorarem novas alternativas.

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