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Mudar estereótipos sobre as mulheres exige ações firmes e constantes

O setor da logística sempre foi caracterizado por sua predominância masculina, apresentando desafios para as mulheres que buscam entrar e progredir nesse segmento. Mudar percepções historicamente enraizadas e superar a falta de reconhecimento das habilidades femininas são apenas algumas das barreiras enfrentadas. No entanto, a crescente presença feminina nesse ambiente demonstra que a logística é um campo em expansão, oferecendo cada vez mais oportunidades para o desenvolvimento profissional de ambos os sexos, mas o caminho ainda é longo.

A inclusão dos perfis diversos deve ser prioridade em todas as empresas, de qualquer porte e de qualquer segmento. As que atuam nos setores ainda predominantemente masculinos têm uma responsabilidade ainda maior. É preciso sair da teoria e pensar em formas de avançar na busca por este objetivo de forma prática e contínua. Disponibilizar cursos para a especialização em tarefas que fazem parte das atividades empresariais, focar na ampliação dos quadros de liderança e estabelecer políticas de contratação igualitária são alguns dos métodos que viabilizam a necessária ampliação do quadro feminino de forma justa.

Na contramão dos que ainda criam obstáculos para a contratação de mulheres por conta de seus direitos justamente adquiridos, como a licença maternidade, além de pontos ainda considerados por alguns como empecilhos, como seus compromissos com os filhos ou os desafios ergonômicos, quem foca no aumento do quadro feminino entre os seus colaboradores facilmente observa a diminuição do absenteísmo, com menos faltas, atrasos no trabalho ou apresentação de atestados para justificar ausências. O comprometimento das mulheres com tudo que se propõem é um diferencial claro.

A quebra de conceitos ultrapassados, mas ainda arraigados culturalmente e regionalmente, continua sendo um desafio. Na área de prestação de serviços, por exemplo, as mulheres sempre ocuparam mais vagas nos serviços de limpeza. Quebrar os estigmas, mostrando que as possibilidades são infinitas e sem restrições, inserindo-as também em outras atividades, é ter um olhar alinhado com uma realidade cheia de perspectivas e sem brechas para preconceitos.

O setor de logística está mudando para melhor, cada vez mais atento sobre a importância da criação de espaços onde a competência e a qualificação profissional começam a ser reconhecidas independentemente do gênero. Todas as mulheres devem ser encorajadas a reivindicarem o seu lugar de fala, seja onde for. A quebra de paradigmas ainda é um desafio imenso, com uma trajetória longa, e cada conquista por nós, mulheres, precisa ser comemorada, mas sem permitir brechas para retrocessos. E isso exige ação, dia após dia.

*Cláudia Dowsley é diretora de Capital Humano e responsável pelas pautas ESG do Grupo Trino.

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