Saúde

O envelhecimento global e o desafio das previdências: Uma crise iminente

A transição demográfica que o mundo testemunha atualmente, com um aumento significativo da população idosa em detrimento dos mais jovens, está colocando os sistemas de previdência de vários países sob uma pressão sem precedentes. Essa mudança, caracterizada por uma “década de envelhecimento” segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), prevê que até 2050, os idosos constituirão cerca de 30% da população global.

Nesse contexto, a dinâmica econômica enfrenta um grande dilema: o crescimento contínuo da população idosa, combinado com taxas de natalidade cada vez menores, resulta em mais beneficiários da previdência e menos contribuintes. Esta equação desbalanceada ameaça levar à insustentabilidade financeira dos sistemas previdenciários, com países como Estados Unidos, Japão, Canadá, Reino Unido, China, Austrália, Índia e Holanda já sentindo os efeitos dessa tendência. De acordo com dados do Fórum Econômico Mundial, o déficit no sistema previdenciário dessas nações aumenta em 28 bilhões de dólares a cada 24 horas, projetando um colapso econômico global por volta de 2050, com uma dívida estimada em 400 trilhões de dólares.

A resposta de muitos países desenvolvidos tem sido a reforma dos sistemas previdenciários, principalmente através do aumento da idade mínima para aposentadoria. Atualmente, muitas nações europeias, como França, Alemanha e Espanha, estabelecem a idade de 65 anos para ambos os sexos, com planos de aumentar esse limite para 67 anos até 2030. Esta medida busca equilibrar as contas públicas frente ao aumento da expectativa de vida e a diminuição proporcional da força de trabalho jovem.

Nos Estados Unidos, a situação é particularmente crítica, com um aumento notável no número de idosos declarando falência. O governo americano sugere que seriam necessários 1,5 milhão de dólares para uma aposentadoria confortável, uma quantia 17 vezes maior que a média poupada atualmente, que é de aproximadamente 88 mil dólares.

No Brasil, a situação não é muito diferente. Prevê-se que até 2060, a terceira idade representará 25% da população brasileira. Em resposta, o país já iniciou a implementação de uma reforma previdenciária, ajustando o sistema à nova realidade demográfica e econômica. O entendimento do INSS por parte dos jovens de hoje reflete essa mudança, mostrando uma percepção mais alinhada com os modelos adotados por outros países.

Este cenário global exige uma revisão urgente e profunda dos sistemas de previdência, com políticas que equilibrem sustentabilidade financeira e justiça social, garantindo que os idosos possam viver com dignidade sem comprometer a saúde financeira das nações. A crise previdenciária é um chamado para uma ação coordenada e inovadora, envolvendo governos, setor privado e a sociedade civil para reformular o futuro do envelhecimento.

Os jovens de hoje têm uma resposta totalmente diferente sobre o que é INSS, seguindo um modelo mais parecido com o que é adotado pelos demais países.

Créditos: iStock/ Synthetic-Exposition)

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