Técnica revolucionária beneficia pacientes pernambucanos com distúrbio na válvula mitral
A insuficiência da válvula mitral afeta uma em cada dez pessoas com 75 anos ou mais de idade. Pode ser uma doença debilitante, progressiva e de risco à vida, pois uma válvula mitral com extravasamento causa um fluxo contrário de sangue no coração podendo aumentar o risco de arritmias, falta de ar e edema das pernas (inchaço).
A cirurgia de válvula mitral cardíaca aberta é o tratamento padrão, porém, diversas pessoas possuem um risco muito alto para o procedimento invasivo cirúrgico devido à idade avançada, a um histórico de cirurgia cardíaca prévia ou a uma constituição física frágil. E as medicações que visam reduzir os sintomas são limitadas e eventualmente incapazes de interromper a progressão da doença.
Pacientes tratados com o dispositivo MitraClip demonstram de forma consistente um perfil de segurança positivo, redução no refluxo mitral e melhora nos sintomas reduzindo os internamentos hospitalares e a mortalidade, de acordo com o estudo COAPT apresentado no congresso doTranscatheter Cardiovascular Therapeutics (TCT), realizado em San Diego, na Califórnia (EUA), em setembro 2018. O MitraClip é distribuido na região, pela NORDESTE CORDIS, empresa localizada em Fortaleza.
Fornecido pela Abbott Laboratórios do Brasil, o MitraClip repara a válvula mitral sem a necessidade de um procedimento cirúrgico invasivo. O dispositivo é inserido no coração através da veia femoral (vaso sanguíneo na perna) e, após implantado, permite que o coração bombeie sangue de maneira mais eficiente aliviando os sintomas e melhorando a qualidade de vida.
Sem uso de contraste, o cateter é guiado por ecocardiograma transesofágico 3D. O procedimento, nos casos indicados, ocorre como complemento do tratamento clínico medicamentoso.
“A técnica é relativamente nova, principalmente no Brasil. Fora do País já é utilizada há aproximadamente oito anos”, explica o cardiologista Carlos Eduardo Gordilho Santos, que conheceu o procedimento enquanto participava de congressos na Europa e nos Estados Unidos.
Nos primeiros três procedimentos realizados, Carlos Eduardo contou com o auxílio de um profissional vindo de São Paulo e capacitado para treinar outros médicos. Após um período de visita ao serviço do professor Andrew Morse, em Nashville, no Tennessee (EUA), onde pôde aperfeiçoar a técnica, recebeu a certificação para realizar o procedimento. Atualmente Carlos Eduardo se encontra capacitado para treinar outros médicos com essa nova tecnologia.
O médico fará uma apresentação dos resultados do procedimento no 28º Congresso Pernambucano de Cardiologia, que acontece de 15 a 17 de agosto de 2019, no Centro de Convenções do Hotel Armação, em Porto de Galinhas, no município de Ipojuca, no Litoral Sul do Estado.
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