Atmosfera industrial e moderna realçam o apartamento de 72m² com área social
À frente do Liv’n Arquitetura, a profissional Júlia Guadix contradiz o ditado ‘casa de ferreiro, espeto de pau’ e assina o projeto do imóvel que divide com seu marido e Bolotinha, o filho pet do jovem casa;
Concreto aparente, tijolinho à vista e base com tons cinza evidenciam o layout e mobiliário reversível para as próximas fases da vida
Do ângulo da confortável sala de estar com espaço de sobra para receber amigos, ao fundo o casal avista o cantinho do home office / Foto: Guilherme Pucci
Além de projetar a morada dos clientes atendidos pelo escritório, a arquiteta Júlia Guadix, do escritório Liv’n Arquitetura, encarou a execução do projeto que até hoje mexe com o seu coração: o apartamento de estilo industrial onde vive com seu marido e um integrante que é protagonista de tantas fotos – muitas delas no Instagram: o pequeno e charmoso Bolotinha.
Com 72 m² e localizado no bairro da Vila Olímpia, capital paulista, o projeto de arquitetura de interiores assinado por ela destaca a essência jovial por meio de um décor contemporâneo e atmosfera industrial mesclados com escolhas que realçam toques de cor e muito aconchego. Além disso, a arquiteta apostou no seu desejo de integração dos ambientes, móveis sob medida e muita funcionalidade para o dia-a-dia.
A sala de estar conta um sofá modular que precisava ser confortável para o dia a dia e pudesse garantir a estadia noturna dos seus hóspedes. Com estrutura modular, basta encaixar o pufe para ampliar a cama em uma versão maior que o formato padrão | Foto: Guilherme Pucci
Integrar exerceu um significado especial para o casal: com a experiência anterior de viver em um apê com apenas 40m², a ausência de paredes, que propicia fluidez na circulação, contribuiu para alcançar o sonho de um lar mais amplo, com uma cozinha funcional e o prazer de receber família e amigos com comodidade.
Construído pela MaxHaus, a planta por si já oferece maior liberdade para definir o layout e facilidade para conectar os ambientes, pois é entregue sem paredes dividindo os espaços, detalhe esse que simplifica e diminui possíveis demolições. “Para planejar um imóvel com esse conceito, a prerrogativa é promover uma reflexão de vida. Quanto tempo os moradores pretendem ficar e quais os planos para a família norteiam o nosso trabalho como arquiteta. Eu e meu marido fizemos essas projeções”, relembra Júlia.
Foi assim que eles decidiram por um apartamento com apenas um quarto, porém com a opção de criar o segundo onde está a parede de tijolos. A marcenaria foi milimetricamente planejada para um reaproveitamento de 100% em uma futura alteração e o sofá, por ser modular, pode ser tranquilamente readequado a um possível novo cenário na vida familiar. “O que vier a acontecer mais para frente transitará em uma reforma simples com o emprego do drywall, toques de marcenaria e pintura”, revela a arquiteta. Nessa lista, somou-se também a vontade de um lavabo e um banheiro para uso exclusivo do casal. A solução encarada foi a demolição do banheiro que figurava na planta original. “Com sua retirada, utilizei uma área entre a sala e o quarto”, detalha.
Com um orçamento mais enxuto – uma realidade para muitos jovens casais –, o conselho da arquiteta é encarar uma lista de tópicos que definem o imóvel sonhado para, como próximo passo, estabelecer as prioridades que serão executadas em etapas estipuladas. “Essa é a forma mais inteligente de se realizar um projeto com verbas mais restritas”, declara.
Cientes da necessidade de escolher um ponto em detrimento de outro, a decisão para o apartamento foi acertada com base em acabamentos e móveis de qualidade. “Sempre digo que não há sensação mais frustrante que iniciar a vida em um imóvel que, em pouco tempo, serão detectados os resultados de serviços mal executados e com baixa durabilidade. Além do desgosto de providenciar um novo aporte para refazer tudo de novo”, enfatiza a profissional.
Ao lado do piano, não poderia faltar a caminha do Bolotinha | Foto: Guilherme Pucci
Depois de empreender as mudanças, chegou a hora de dispor a decoração. Logo na entrada, um item tão fundamental nos dias de hoje: o armário/roupeiro para pendurar casacos, guardar bolsas e um gavetão para os sapatos. A marcenaria avistada dá sequência ao ‘L’ formado para alcançar a sala de estar.
Revelando que não vivem sem as notas musicais, afinal, segundo o filósofo prussiano Friedrich Nietzsche “viver sem música seria um erro”, o pilar estrutural acolheu o piano de Júlia, que foi acompanhado pelas guitarras de seu marido. Na sequência e camuflada, está a discreta porta que leva ao lavabo.
Além de iluminar, a bancada amarela contribuiu com um toque descolado ao ambiente | Foto: Guilherme Pucci
O lavabo apresenta piso e paredes em cinza e, para quebrar a seriedade do ambiente, a opção de Júlia foi eleger a alegria do amarelo para a bancada.
Janelões trazem a abundante iluminação natural para o apartamento. Durante à noite, o projeto luminotécnico é acionado com os eletrodutos aparentes que atendem à demanda | Foto: Guilherme Pucci
Na sala de estar, a parede de tijolinhos é um dos grandes pontos altos, pois além de conferir um visual rústico, aquece o ambiente repleto de elementos frios, como o teto em concreto. Um único móvel planejado em ‘L’ (Marcenaria SM) funciona como rack da TV e atende a área musical servindo como um banco. A peça é perfeita para armazenar itens pessoais, sem pesar no visual do ambiente.
Para o piso de todo apartamento, saiu de cena o cimento queimado para dar lugar ao piso vinílico (Tarkett Essence Bálsamo). “O efeito do piso é belíssimo, mas nossa predileção prevaleceu para o conforto térmico que se estende pelo quarto, sala, cozinha, área de serviço e varanda. Apenas os banheiros são de porcelanato”, detalha Júlia. Os conduletes e eletrodutos metálicos aparentes reforçam o ar industrial, bem como distribuem a iluminação com estilo e ótimo custo-benefício.
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