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Expressão eternizada por Bia, no BBB 24, vira alvo de disputa

Diante de tanto sucesso, o programa Big Brother Brasil, do Grupo Globo, possui a capacidade inegável de transformar seus participantes em coadjuvantes da mídia. “A casa mais vigiada do Brasil” é apenas um dos inúmeros bordões eternizados pelo reality show que existe no país há 24 anos. No decorrer de todos esses anos, outras expressões se eternizaram, como “Uhul, Nova Iguaçu”, de Fani, do BBB 7; “Vamos galera, mulheres!”, do BBB 20, e os bordões do icônico participante do programa Gil do Vigor, “O Brasil tá lascado” e “Ai, Brasil!”, que não poderiam ficar de fora.

A edição deste ano reforçou a lista com o “Calma Calabreso”, que não nasceu no programa, mas através dele ganhou projeção, virando até música, com a criação de um hit de sucesso pela banda La Fúria e que leva o mesmo nome, demonstrando o potencial econômico de cada aspecto do reality show. Também no BBB 24, a participante Beatriz Reis ficou conhecida pela sua eloquência e utilização do bordão “Brasil do Brasil” no programa.

Seja para criação de músicas, documentários ou até mesmo quadros de programas televisivos, como foi o caso de “O Brasil tá vendo”, do BBB 10, hoje presente como quadro do próprio Big Brother, os bordões e frases famosas do programa têm grande potencial de utilização comercial. Afinal, o programa é acompanhado por milhões de pessoas.

Atentos à potencialidade de utilização deste tema para alguma produção audiovisual, o Grupo Globo recorreu ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) para tentar proteger a sua utilização como marca. Para a surpresa do Grupo, Alex Strauch Batista e Mírian Lelis Strauch haviam se antecipado a esta iniciativa, depositando um pedido de registro para esta mesma marca, no mesmo segmento de mercado, três dias antes.

Segundo Pedro Araújo, advogado e Gestor da área de Propriedade Intelectual do Portela Soluções Jurídicas, esta é uma prática muito comum no mercado. Quanto mais famosa é uma marca, quanto maior sua projeção, maiores são as chances de alguém tentar registrá-la. O Brasil, em 2017, tinha cerca de duzentos mil pedidos de registro de marca por ano. Em 2023, esse número foi de cerca de 430 mil, “ou seja, as pessoas estão cada vez mais atentas à importância do registro de marcas, seja como ferramenta de proteção de seus negócios ou como investimento em marcas que podem se tornar valiosas, mas que não possuem proteção ainda ”, esclarece.

Pedro ainda complementa que “quanto mais sucesso uma marca fizer, seja nas redes sociais ou fora delas, maior a chance de alguém copiá-la, de forma idêntica ou semelhante, ou registrá-la junto ao INPI. O risco associado à não proteção é enorme. Muitas vezes a empresa é surpreendida com a necessidade de ter que trocar de marca, tendo que apagar todas as menções à marca não registrada em todas as redes sociais, refazer todo o material de papelaria, criar nova marca do zero e ter que retirar até website e menções em fachadas de loja, gerando prejuízos incalculáveis que podem até inviabilizar o negócio.”

No caso do bordão “Brasil do Brasil”, esta é uma disputa que está apenas no início. “Os pedidos de registro ainda se encontram na fase inicial, aguardando manifestação das outras partes interessadas. Mas este caso reaquece o debate sobre a importância da proteção das marcas no Brasil”, conclui o especialista.

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